sexta-feira, 21 de março de 2008

Para se tornar responsável, empresa deve aliar responsabilidades

Por Cássia Gisele Ribeiro, do Aprendiz

“Não é porque uma empresa separa seu lixo que ela é sustentável. É preciso analisar quais são os reais impactos da produção, dados normalmente maiores do que parecem”. A opinião é do gerente executivo de desenvolvimento e orientação do Instituto Ethos João Gilberto Azevedo, que alerta sobre a substituição dos projetos de responsabilidade social financiados por empresas privadas, pelos de responsabilidade sócio-ambiental.

“É importante que todas as ações levem em conta que, antes de fazer um projeto de educação ambiental para outros, é preciso tornar suas próprias ações cotidianas responsáveis”, complementa Azevedo, lembrando que alguns dos agentes com maior responsabilidade sobre as questões ambientais são as grandes fábricas e indústrias.

O diretor de meio ambiente da Tetra Pak, Fernando Neves, concorda. “Por isso, buscamos investir na nossa própria produção”, diz, explicando que a empresa possui uma área de reflorestamento e um amplo programa de reciclagem das embalagens produzidas pela empresa.

Para Azevedo, no entanto, além de conhecer o impacto da produção, é preciso ter a certeza de que os materiais utilizados nos escritórios e fábricas são produzidos de forma responsável.

Para o diretor de responsabilidade social da Klabin, Wilberto Lima, que já ganhou um prêmio ECO, o trabalho de responsabilidade sócio-ambiental não entra na lógica empresarial de resultados para ontem. “Percebemos que as ações não têm resultados a curto prazo. Entretanto, elas são mais consistentes”, diz. A empresa possui uma série de ações na área, entre elas a manutenção de um parque ecológico com mais de 200 hectares de florestas preservadas, e o uso de apenas madeira de reflorestamento para a produção dos papéis.

Azevedo destaca que para uma empresa ser considerada sustentável, é preciso que esta alie desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e responsabilidade econômica, ou seja, quando firma um real compromisso com a sociedade. “Esse tripé é indissociável”, diz.

“Muitas vezes parece mais fácil investir na área ambiental, porque não há necessidade de se mostrar resultados imediatos”, afirma Azevedo. Por isso, há duas certificações concretas nessa área: uma delas é a ISO 14000, que certifica as empresas consideradas responsáveis na área ambiental, e o ISO 26000, de empresas que promovem desenvolvimento sustentável.



(Envolverde/Aprendiz)

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