domingo, 16 de março de 2008

os desafios do jovem empreendedor


CJE-FIESP: os desafios do jovem empreendedor

Por Naná Prado, do Mercado Ético







O que é possível fazer para respeitar valores e agir com transparência? E o que fazer pelo público interno da empresa? É possível tornar a empresa um exemplo de gestão ambiental? Como deve ser o relacionamento da empresa com a rede de fornecedores e parceiros? E como garantir a confiança de clientes e consumidores?

Esses são apenas alguns dos questionamentos de um grupo que vem crescendo muito desde 2005. O Comitê de Jovens Empreendedores (CJE) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) trabalha para construir, com ética e comprometimento, uma nova identidade empresarial, por meio do fortalecimento do empreendedorismo paulista.

O grupo de jovens empreendedores começou com poucos membros, mas hoje são mais de 400 que se reúnem com freqüência em reuniões de trabalho na Fiesp e em seminários, com o objetivo de estudar, propor e realizar. “Os membros do Comitê têm entre 20 e 35 anos. Ainda tem poucas mulheres, aproximadamente 15%, mas queremos mudar esse quadro”, conta Sylvio Gomide, diretor titular do CJE. “Nossa idéia é formar novas empresas e criar uma nova identidade empresarial”, acrescente ele.

Essa nova geração que está assumindo a área empresarial, segundo Gomide, tem um desafio muito grande. “As gerações anteriores buscavam o lucro e o desenvolvimento sem pensar tanto em questões sociais e ambientais. Hoje sabemos que temos que crescer aliando questões de responsabilidade social e ambiental”.

“Não somos uma geração que reclama, somos uma geração que faz, que busca soluções e que cobra”, avalia Pierre Ziade, coordenador do CJE. Ziade acredita que o Comitê de Jovens Empreendedores tem o papel de ajudar os membros a desenvolver a empresa com foco na sustentabilidade. “Temos muitos membros que são filhos de empreendedores, outros já nasceram com o empreendedorismo na veia, mas todos têm, em comum, dúvidas e anseios por um mercado mais justo”.

Em novembro o Comitê lançará, em uma Rodada de Negócios, um Manual do Jovem Empreendedor que será distribuído em diversas instituições. O Manual será um guia prático para auxiliar os jovens na construção e manutenção de seus próprios negócios. “Não temos a pretensão de entregar o mapa da mina, mesmo porque existem muitos, mas trazer à tona algumas ferramentas que podem potencializar sua chance de sucesso”, afirmam os membros.

Sabendo que em todo o mundo, um em cada cinco habitantes com idade entre 15 e 24 anos está desempregado e que a realidade brasileira não foge muito desses números, o Comitê acredita que é preciso multiplicar empresas, transformando os jovens em empresários capazes de criar negócios de sucesso e, portanto, de contribuir para ampliar as oportunidades das novas gerações. Afinal, ao empreender, o jovem deixa de figurar nas estatísticas do desemprego e abre postos de trabalho para outros.

O empreendedorismo é muito importante para a economia de um país em crescimento, como é o caso do Brasil. Cada nova empresa bem-sucedida significa mais postos de trabalho, aumento de renda e fomento de um círculo virtuoso que aumenta a circulação de capital, enriquecendo o país. Mas, claro que isso tudo deve ser aliado a práticas de responsabilidade social e ambiental e com foco na sustentabilidade.

No Manual, os Jovens Empreendedores pretendem mostrar os passos mais comuns e certeiros para a criação de uma empresa, desde a concepção e visão de negócios até a abertura e fechamento burocrático das firmas, além de dicas de renomados empresários do mercado. “Tratamos tudo numa linguagem clara e dinâmica para acompanhar a velocidade e a necessidade do jovem de hoje”, finaliza Gomide.



(Mercado Ético)

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