quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Responsabilidade social é vital para empresas crescerem

28-02-2008
As empresas de capital fechado estão adotando as práticas de responsabilidade social corporativa não apenas para conservar o planeta, mas principalmente porque querem crescer e sabem que, sem essas ações, serão preteridas em parcerias e negócios com as corporações globais. Esta é a principal conclusão da pesquisa Responsabilidade Social Corporativa: Uma Necessidade e não uma Escolha, feita pela Grant Thornton International - representada no país pela Terco Grant Thornton - com 7.800 empresas de capital fechado de 34 países, incluindo o Brasil.
“A pesquisa torna-se mais importante quando se sabe que aproximadamente 80% da economia mundial são movimentados por empresas de capital fechado”, explica Roberto S. de Lacerda, diretor da área de serviços especializados da Terco Grant Thornton. “Quando essas empresas adotam práticas que antes eram restritas às grandes corporações, o resultado será, sem dúvidas, muito maior.”Para Lacerda, o empresário brasileiro está buscando transparência e isso está se refletindo no modo como ele interage com seus públicos. “E as empresas sabem que se não agirem agora, terão um futuro incerto.”
Na pesquisa, fica clara a principal diferença entre a motivação das multinacionais e das empresas de capital fechado. Enquanto as grandes empresas, normalmente de capital aberto, usam os programas de responsabilidade social para fortalecer as suas marcas, as empresas de capital fechado querem se tornar mais atraentes para empregados e parceiros. Assim, 71% das empresas que responderam às questões se preocupam em promover ativamente a saúde da mão-de-obra, 64% prezam a igualdade e a diversidade e 62% adotam horário de trabalho flexível.
No caso específico do Brasil, o horário flexível de trabalho foi citado por 83% dos 150 empresários brasileiros ouvidos na pesquisa. Além disso, 74% citaram que promovem a igualdade e diversidade e 67% se preocupam com a saúde dos funcionários.
O envolvimento em atividades da comunidade, comum para as multinacionais, ainda está distante da realidade das empresas de capital fechado brasileiras, pois apenas 58% têm projetos deste tipo. Apenas como exemplo, nos Estados Unidos isto é comum para 82% das empresas de capital fechado.
Mas os brasileiros ouvidos – cem de São Paulo, 25 do Rio e 25 de Salvador – estão bem acima da média quando se fala em programas formais de responsabilidade corporativa: 68% das empresas têm projetos, enquanto a média mundial é de 56%.
Uma das motivações mais citadas pelos brasileiros que têm programas sociais foi conservar o planeta (83%). Foi a resposta mais alta entre todos os países. Para os indianos, esta é a motivação para 75% dos pesquisados. Na outra ponta estão os Estados Unidos: só 21% das empresas afirmaram que conservar o planeta é um dos objetivos de seus projetos sociais.
Para o CEO da Grant Thornton, Alex MacBeath, as empresas de capital fechado estão fazendo grandes avanços na área de responsabilidade social corporativa. “Os esforços destas companhias terão um impacto significativo no quadro global de responsabilidade social”, afirma. Ele lembra, também, que estas companhias têm uma grande vantagem sobre as multinacionais, que é a velocidade, pois os projetos podem ser implementados rapidamente, sem a complexidade existente em grandes companhias.
Alguns dados da pesquisa:
Países que permitem horário flexível de trabalho:
Alemanha – 90%
Nova Zelândia – 86%
Dinamarca – 84%
Brasil – 83%
Estados Unidos – 82%
Média Global - 62%
Índia – 37%
Japão – 29%
Programas formais de responsabilidade social
Porcentagem de empresas de capital fechado que incorporaram a responsabilidade social em seus programas
China Continental – 74%
México – 69%
Brasil – 68%
Tailândia – 64%
Estados Unidos – 63%
Média Global – 56%
Grécia – 36%
Vietnã – 29%
Quais ações sua empresa fez no ano passado?
Respostas dos brasileiros:
Contratar estagiários/aprendizes/fornecer experiência - 72%
Permitir horário de trabalho flexível: 83%
Promover a saúde dos funcionários: 67%
Promover a igualdade e a diversidade: 74%
Promover sistema de energia eficiente: 72%
Evitar desperdícios: 75%
Participar de atividades da comunidade: 58%
Doações para causas comunitárias/caridade: 79%
Trocar produtos/serviços para reduzir os impactos ambientais: 52%
Ajudar outros empresários a melhorar a sua performance: 50%
Usou produtos/serviços locais, comércio ético ou produtos orgânicos: 39%

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